Desafios do Início de Carreira - Parte 1: Oratória

Olá, Pessoal, tudo bem?

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Como muitos de vocês já sabem, essa semana está acontecendo a transmissão no youtube da prova oral do concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Estado de Minas Gerais e, por conta de tal fato, o tema oratória ganhou papel de destaque nas discussões sobre o assunto.

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Ao assistir algumas arguições, me peguei pensando em como a preparação para essa etapa do concurso habilita o candidato para os desafios diários da carreira. O dia a dia do profissional do direito exige um certo domínio da habilidade de comunicação e o conhecimento das técnicas de oratória auxilia essa performance.

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Diante de tal circunstância, decidi compartilhar com vocês um dos maiores desafios do meu início de carreira: a capacidade de se comunicar de maneira assertiva e eficiente.

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O concurso da PGE/PR foi composto por três etapas: a fase objetiva, discursiva e a prova de títulos. Por não conter a previsão de prova oral, eu não me preparei especificamente para esse tipo de cobrança, mas a necessidade de dominar técnicas de oratória não tardou chegar.

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Lembro-me como se fosse hoje das primeiras reuniões da Procuradoria Fiscal. Eu simplesmente não conseguia participar ativamente dos debates. O mais engraçado é que eu construía na minha cabeça todos os argumentos possíveis para as defesas do Estado, mas a timidez não me deixava expor essas teses perante os amigos do setor.

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Mas não era só. As reuniões com os advogados da parte contrária também me geravam um estado de desconforto e insegurança. Eu era uma excelente ouvinte, afinal, eram raras as vezes que eu conseguia defender com afinco o posicionamento do Estado.

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Sem contar aqueles dias que antecediam as audiências. Eram momentos de muita angústia e insônia. Eu estudava o processo inúmeras vezes para não esquecer nada. Resultado? Um desempenho em audiência que estava muito aquém de todo o estudo dedicado ao caso.

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E a primeira sustentação oral? Sem dúvida, foi o dia mais marcante da minha carreira. Foram 15 dias sem conseguir dormir direito e um nervosismo sem precedentes. Eu sabia que era absolutamente normal estar nervosa naquela situação, afinal, estava sendo colocada à prova, mas eu tinha total consciência que o meu nervosismo fugia da normalidade. A bem da verdade, eu chegava a sentir calafrios enquanto meu o corpo inteiro tremia.

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Eis que chegou o grande dia da primeira sustentação. Eu estava tão nervosa que os Desembargadores logo perceberam. Lembro que um deles começou a conversar comigo sobre assuntos aleatórios para que eu ficasse mais tranquila. Enquanto isso, vi outro Desembargador se levantar, pegar uma garrafinha de água e me oferecer de forma muito gentil. Naquele momento, eu já estava morta de vergonha, mas entreguei a sustentação oral. Tenho a exata noção de que não foi uma boa sustentação, mas foi a melhor que eu consegui apresentar. Ao terminar a exposição, juntei todos os documentos e saí da sala com uma única certeza: eu precisava estudar sobre a arte de falar em público.

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A partir de então, comecei a ler diversos livros sobre a arte da comunicação, persuasão e todas as técnicas de oratória. Vou deixar a indicação de algumas obras que me ajudaram nesse processo no final do post.

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Três meses depois, eu já estava muito diferente. Já sabia me vestir, gesticular, entrar e sair dos locais. Acreditem, TUDO COMUNICA. Nos livros, aprendi que as cores comunicam, o estilo da vestimenta mostra a personalidade, os cuidados pessoais demonstram cuidado com o interlocutor e isso reflete na opinião dele sobre o seu trabalho. Tudo importa. De fato, eu não sabia de nada disso e fiquei me perguntando, reiteradamente, como ninguém ensina isso na faculdade.

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Pouco tempo depois de todo esse estudo sobre comunicação, linguagem não verbal, psicologia das cores e autoconfiança, eu passei para a fase oral da PGE/GO. Naquela época, eu já era Procuradora no Paraná, mas, por influência dos meus colegas de sala, decidi prestar a prova de Goiás.

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Ao ver o meu nome na lista dos aprovados da segunda fase, não pensei duas vezes e me matriculei no curso de oratória da Rogéria Guida. Era um dos cursos mais elogiados do fórum correio web e foi o curso responsável pela mudança da minha vida profissional.

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Apesar de ser um curso muito voltado para concurso, ele me ensinou muito sobre ritmo de fala, postura, respiração, impostação da voz, dicção, vestimenta, ou seja, absolutamente tudo que eu precisava saber para desenvolver uma comunicação mais assertiva e eficiente.

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Quando voltei da prova oral, eu já era outra pessoa. Meus colegas perceberam a diferença de imediato. O conhecimento adquirido nos livros e as técnicas de oratória do curso transformaram a Juliana tímida em uma Juliana muito desenrolada. A confiança que adquiri com esse conhecimento proporcionou o ganho de sucessivas causas para o ente público, afinal, eu já não me conformava em exercer uma Advocacia Pública entre quadro paredes. Era preciso ultrapassar os muros da PGE para conversar com juízes, desembargadores, auditores e advogados sobre causas muito sensíveis ao ente público. Quem diria que esse conhecimento seria o ponto da virada, não é mesmo?

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Então é isso, pessoal. Espero que os desafios do meu início de carreira e a minha trajetória com o desenvolvimento da habilidade da comunicação possam, de alguma forma, auxiliá-los durante a jornada da vida.

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Um grande beijo,

Por Juliana Lira

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Lista de livros que me ajudaram nesse processo:

1.TED: falar, convencer, emocionar, do Carmine Gallo;

2. O segredo das apresentações poderosas, do Robert Shinyasshiki;

3.TED TALKS: o guia oficial do TED para falar em público, do Chris Anderson;

4.Como fazer amigos e influenciar pessoas, do Dale Carnegie;

5.Como convencer alguém em 90 segundos, do Nicholas Boothman;

6.Por Quê? Como grandes líderes inspiram ação, do Simon Sinek;

7.A arte de ler mentes, do Henrik Fexeus;

8.Decifre e influencie pessoas, do Paulo Vieira e Deibson Silva;

9.A arte de pensar claramente, do Rolf Dobelli e outros.

10. Como fazer amigos e influenciar pessoas no mundo dos negócios.